🌊 Devaneio em Maré Viva (versão revisada)

Viver em um mundo,
Fantasia é quase tudo.
A magia de estar
É quase viva: a consciência de se levantar.

Faço do meu bem-estar
A forma vivida de amar.

Eu estava além do tempo,
Eu estava me vendo,
E o vento soprado
Estava me levando.

Eu queria saber o sabor da vida.
Experimentei o gosto
De uma enorme mordida.

Eu, que vivia a alimentar
Uma mente confundida,
Fiz de um amor
Uma querida iludida.

Faminta da minha vida,
Cumpria, minha querida,
Minha forma de pensar,
Minha forma de amar —
Tudo em um todo a se completar.

De estar bem cheio a se derramar,
Fez de mim a desperdiçar,
A orgulhar da bonança,
Pura bondade.

Então, enche logo cedo um balde,
Depois, os oceanos.

Devaneando, nado em direção
A você, meu barco.

Me resgata a navegar
No mistério da razão,
A aproveitar…

Minhas lágrimas —
Ora tristes, ora alegres —
Me diziam do vazio.

Agora, me revisto do horizonte,
Ao oceano,
Navegando nas velas do conhecimento.

Com você, me faço em crescimento.

Da alegria à hemorragia
De um sangue que escorre,
Que do pranto me socorre.

Uma “além” que nunca morre,
Faleço do que desconheço,
Ressuscito em conhecimento
De que meu mundo
Não é tudo.

Mas o mundo de quem me socorre
Cumpre em mim o desejo,
O ânimo do sono,
O distante — e logo inexistente — presente.

Entrenó o tempo
De todos os momentos
Em que me perdi no delírio de sua face,
No prazer de me fazer
A total querer.

Satisfazer o amanhecer,
A sorte,
O poder
De amar sem querer,
Mas de apenas viver.

O inato ímpeto,
Singelo discernimento,
Bobo despercebido,
Mas concebido:

O louvor de um iludido,
Persistindo
No seu ente querido.

O inevitável destino —
Habitável, notável,
Memorável, imaginário,
Imaginável, persistente e ardente —

Consciente
De quem tudo entende.

A loucura te fez minha cura,
A pobreza me fez sua riqueza.

Em palavras de uma mente escrava,
Cativos que nunca se calam…

Assim, me libertava das amarras.

Amargava o que sonhava.
Mas, por você,
Sempre achava.

A me libertar, pois tinha a chave
Do meu coração.

Conhecia minha intenção.

Pesávamos o mesmo chão,
Pois conhecíamos a compaixão.

No intuito,
Seguia meu luto:
Um diamante bruto.

De um homem bruto,
Valente,
Amante —
Para sempre.

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